
Desde que nos sabemos nós que as emoções nos abraçam, empurram e descompassam… Às vezes nem sabemos muito bem de onde surgiram e já lá segue o coração – e logo atrás dele a mente – a caminho de dúvidas, certezas e encruzilhadas… Mostrar ou não mostrar… as emoções?

Algo em tudo o que nos envolve nos vai, pouco a pouco, aconselhando a mantê-las para nós… É, sem dúvida, o caminho mais seguro. E os caminhos mais seguros são frequentemente os melhores… Ainda assim, não se descobrem florestas virgens ou areais inexplorados, como dizia o poeta, seguindo sempre os caminhos seguros devidamente e cautelosamente aconselhados pelos outros…

Há dias, desde bem pequenos, em que é aconselhavelmente humano dizer-se… “Não vou por aí.”. Particularmente no que respeita às emoções… Não faz sentido reclamar porque uma torre de lego caiu?… Porque não…? Se neste momento aquela torre era o nosso torreão protegido ou a nossa Babel imaginária?… Quem, de direito, define o tamanho ou o lugar da nossa emoção?…

O expressar das emoções – boas e más; sim, boas e más… – é catarse, aprendizagem e crescimento. É o não sonegar do incómodo em nós, para que aptidões como a aceitação e a empatia tenham uma base para se desenvolver na relação connosco próprios e com os outros…

Emociona-te, porque cada vez que eu te vejo emocionado eu estou um passo mais perto de ti… Porque estou um passo mais perto de te entender como igual a mim… humano, tocável.
Catarina A. Correia dos Santos
Autora do Projecto A Casa Amarela
Licenciada e Mestre em Psicologia Clínica (I.S.P.A.)
Licenciada em Psicologia Social e das Organizações (I.S.P.A. /Katholiek Universiteit Brabant)
Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses (O.P.P.)
